A ÚLTIMA VIAGEM
Quando meus olhos se abriram ainda na debutante ocasião
Ao me embalar a primeira meiga mão, ali então passei a viajar
Por incidentes impossíveis de enumerar, por rios e vales de emoção
Por crises e miragens da ilusão, por tudo que a paixão injeta no sonhar!
Pelas projeções de conquista de todo o mundo que me rodeava
Pela aventura que me assediava, mas que somente ao nada me levou
Pela fé no alguém que me decepcionou, pelo remorso que me condenava
Na ponta da adaga que me apunhalava, nas asas da mentira que me lesou!
Andei sincero nos andores infrutíferos dos deuses imaginários
Pelos sorrisos temporários, sentindo o cheiro da felicidade tão distante
Insatisfeito irrequieto viajante, buscando o norte em ventos contrários
Navegando frios oceanos vários, igual corsário errante!
E viajei até levar meu corpo, alma e espírito ao cume da exaustão
Nos ápices da ilusão - qual sensação de um chão que se reduz
Até que o horizonte mostrou-me um sol em cruz, que iluminou-me o coração
Na derradeira estação, onde mora a salvação do Príncipe da Paz - Jesus!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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