A MESMA CHOUPANA
Em um cenário obscuro:
Caverna da ilusão.
Balbúcios, gritos, lamentos.
Por rente ao tronco, grilhão:
Ébrios da insensatez,
Donos da humilhação.
Sei é vasto o cemitério
De cadáveres e aos outros enterrando
Incertos lá se vão marchando
Oxalá que num instante
Imobilizassem o semblante
Ao Refugo persistente
Reflexo vital, decorrente
Da fatalidade humana.
Não, negligenciam a Choupana.
Talvez a causa da inutilidade
Seja da Choupana a humildade
Porém a mesma amigo
Servi-lo-ia de abrigo.
Sim, Ela mesma, só Ela
Seria a tua tutela.
Segue o teu itinerário
Penetre qualquer cancela
Salte por sobre redil, muro cerca e janela
Até se acaso, o pressentires
Do ângulo de alguma cela.
Consciente já, sem quem engana
Percorre a região plana
Com o peito cheio de gana
Pois só a mesma Choupana
Ser-lo-ia por tutela.
Sim Ela mesma, só Ela
Seria a tua TUTELA.