NO TEMPO DE LUTO

(*Elias Alves Aranha)

No tempo de luto convém,

Que derrame lágrimas para o falecido,

Entoa um lamento como alguém,

Que sofre cruelmente comovido.

Sepulta-o como o rito da cultura,

Chore com amargamento,

Não descuide sua sepultura,

E faze o seu lamento.

Conforme merecimento observe o luto,

Porém alguns dias somente,

Para evitar comentários astutos,

De línguas que falam dolosamente.

Consola-te da tristeza porque apressa a morte,

Ela diminui a força do coração,

É necessário que sejas forte,

E não permaneça na solidão.

Vida pobre o coração maldiz,

Não entregues a tristeza,

Pensar em teu fim te faz infeliz,

Pois a morte é a única certeza.

No morto não penses mais,

Pois de nada lhe servirá,

Não retornará jamais,

E mal, a ti mesmo fará.

Recorda-te da sua sentença,

Que sua será também,

Ontem para mim hoje para ti, pensa.

Feliz quem faz o bem.

Sua lembrança também deixa repousar,

No repouso do falecido,

A seu respeito consolará,

Quando o seu espírito tiver partido.

Elias Aranha
Enviado por Elias Aranha em 05/11/2012
Reeditado em 03/02/2017
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