NO TEMPO DE LUTO
(*Elias Alves Aranha)
No tempo de luto convém,
Que derrame lágrimas para o falecido,
Entoa um lamento como alguém,
Que sofre cruelmente comovido.
Sepulta-o como o rito da cultura,
Chore com amargamento,
Não descuide sua sepultura,
E faze o seu lamento.
Conforme merecimento observe o luto,
Porém alguns dias somente,
Para evitar comentários astutos,
De línguas que falam dolosamente.
Consola-te da tristeza porque apressa a morte,
Ela diminui a força do coração,
É necessário que sejas forte,
E não permaneça na solidão.
Vida pobre o coração maldiz,
Não entregues a tristeza,
Pensar em teu fim te faz infeliz,
Pois a morte é a única certeza.
No morto não penses mais,
Pois de nada lhe servirá,
Não retornará jamais,
E mal, a ti mesmo fará.
Recorda-te da sua sentença,
Que sua será também,
Ontem para mim hoje para ti, pensa.
Feliz quem faz o bem.
Sua lembrança também deixa repousar,
No repouso do falecido,
A seu respeito consolará,
Quando o seu espírito tiver partido.