Você veste a minha camisa?

Você veste a minha camisa?

Sobre qual pedra, sobre qual terra, sobre qual povo?

Com quem contarei? Em quem confiarei?

Será que terei de morrer de novo?

Quem se habilita? Quem se prepara? Quem se entrega?

Quem é sincero? Por quem eu espero?

Quem está disposto a morrer comigo?

É fácil dizer eu te amo, é fácil dizer te pertenço

Porque não te desmascaro e não digo o que penso

Só posso dizer tolo! Você que me veste como moda

Meu nome está em sua sacola de compras

Mas você não pagou o preço. Isso é roubo.

Você levanta uma bandeira, sai na rua gritando

Escreve meu nome até em seus sapatos, tatua nas costas

Nas pernas, nos braços, mas não pagou o preço.

Você me rouba, me usa, e depois me esquece

No cesto de roupa suja.

Eu quero meu nome gravado em seu coração

Eu quero ir onde você estiver, e quando eu estiver em você

Será notável a minha presença.

Quando você falar ou quando você calar

Verão que você me pertence.

Você não precisa me lavar, eu não tenho manchas

Não precisa me passar eu não tenho rugas

Você pensa que o diabo tem medo dessa blusa sua

Só porque tem meu nome escrito? Ele tem uma igual.

Eu não me importaria que você a usasse se pagasse o preço.