Minha natureza morta...
Natureza Morta de Vanitas de Pieter Claesz, 1630, óleo sobre tela, 39,5 x 56 cm
"Eis que a nossa luta não é contra o sangue nem contra a carne
Mas contra as forças espirituais."
(versículo bíblico)
Questiono-me, SENHOR,... Não a TI...
Questiono-me em saber que minha luta é espiritual apenas
Se como Paulo, o espinho em minha carne arde e inflama...
Se esse ardor me consome e me faz fraquejar ante a dor e as vaidades...
Se na fraqueza sou forte, em que lugar anda escondida a minha força?
Ou ainda, se a carne é fraca, SENHOR, e o espírito sendo forte,
Minha luta não sendo contra ela
Não devia ela me vencer tanto assim
Não devia esse inflamar me consumir assim,
Ainda que eu seja uma criatura inflamável...
Minha natureza morta, SENHOR, insiste em reviver dentro de mim
A criatura deplorável, mesquinha, ciumenta, egoísta,...
Esta que outrora dominava-me o corpo a alma e o coração por inteiro
Tenta ressurgir de entre os mortos turrões
De meus velhos e enterrados pecados...
E transformar os meus sonhos em pesadelos...
SENHOR! Não te peço que afastes de mim o cálice!
Pois TU que não precisavas dele beber;... por nós bebeu!
Só te suplico que não me deixes vomitar com o amargor,
A minhas esperanças, as minha inocência, a minha fé...
Porque meu paladar estava acostumado
A se deliciar com doce mel dos manjares do mundo...
Mas seja, SENHOR, tudo conforme a TUA sagrada e misteriosa vontade
E ainda que eu não compreenda, na minha ignomínia eu alcance redenção...
E permaneça morta a minha natureza humana
Para que em mim prevaleça seu infinito e prodigioso querer...
E eu ressuscite a cada dia em TI, em amor, fé e esperança...
Amém!!!
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 21/06/2012