Natal

A verdade da mentira

É brilho fosco

Oculto nas palavras

Que são ditas à mesa

A ninguém interessa

São folhas queimando

Pensamentos queimando

Apenas ilusão

Mas o que queremos

À nossa mesa?

O que queremos ver

Quando assomamos à janela?

O coração não reage à letargia

Parece acompanhar o olhar

Que persegue o vazio...

Iluminado por arvores multicor

Que serve apenas para ocultar

O que está à nossa frente.

Jesus aí está

Por que teimamos em não vê-lo?

Jesus aí está

Por que fingimos não conhecê-lo?

Corremos para as mesas

Que mais parecem altares

Estampamos largos sorrisos

Denunciamos uma alegria

Até incontida

Mas quando amanhece

Temos mortos para enterrar...

Tantos idosos para medicar...

E as crianças que continuam a desaparecer...

Ah, Maranata!

24/12/11