Lamentações de um filho pródigo.
Longe da margem do rio cada vez mais longe,
eu tentei levar uma vida de emoções.
Meus pés estão cansados, machucados,
ressecados de caminhar em outra direção.
Tentei me enganar não dando o braço a torcer,
nem mesmo reconheço de onde veio essa aflição.
A cada dia menos consigo ouvir você,
um vazio tão profundo sinto em meu coração.
Nosso amor parece estar se esvaindo pelo vento,
que leva as cinzas das cartas de amor queimadas.
As cartas que eu lia em teu livro de poesias,
repousando em tua inspiração me acalmava.
Palavras que um dia pareciam tão minhas,
fora de moda, se tornaram coisa antiga.
O desejo de estar contigo foi trocado,
por lindas luzes, amizades e vãs cantigas.
Meu sentimento me trai nesse momento,
pois na verdade não queria ir tão longe.
O que não passava de um passeio desatento,
me aprisionou nessa masmorra degradante.
Desesperadamente, gostaria de voltar,
ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Amado Pai será que podes me aceitar?
Estou aqui, não quero mais ficar caído.
Tu és quem tira meus pés do lamaçal
Me ajuda a ficar de pé em tua presença
Troca minhas vestes e meu coração
Me faz dormir em teu colo feito criança
Acalma meu coração novamente
Me leva em teus braços de perdão
O sangue do primogênito não mente
Ao arrependido garante salvação