Monstros no espêlho
Pensar é trabalho muito duro,
Mas vou arregaçar as mangas;
Buscar pepita de ouro puro,
Vivência e vida, na mesma canga.
Dar a Deus gerência de detalhes,
E reservar a si, a grande decisão;
é forjar madeira via entalhe,
Esculpindo o próprio coração.
Quem olha por esse prisma,
A Sophia declara guerra,
Baseado em quê, tal cisma,
Que o saber nasceu da terra?
Ouvi o motejo que veio,
E me ocorreu a percepção,
Deus não educa filho alheio,
Nada, sem a conversão.
Seu risco sairia torto,
E Sua labuta seria perdida,
Passar maquiagem em morto,
Quando intenta dar a vida.
Deus vê bichos todo dia,
Que O ferem, baixam o relho,
Que susto a gente levaria,
Se visse um mostro no espelho!