Tribunais
“Lembra do teu Criador,
nos dias da tua mocidade.”
Mas, terá atrativos, Deus,
àlguém da tua idade?
Na verdade outros chamarizes,
prometem momentos felizes.
Vigor pulsando no braço
a vida convidando pra festa,
erraria voce o passo,
alheio a chama como esta?
Contesta a mensagem santa,
às favas a Queda, e O que levanta!
No efêmero tribunal adentras,
advogando tua própria conduta;
cercado de testemunhas,
que abonam a vida dissoluta;
absoluta confianca te toma,
um César, imperador de Roma.
Alegria, gozo, esperança,
o prazer, o mundo, a sociedade;
outras testemunhas mais,
te inocentam da maldade,
vontade de rir te dá,
de quem ousa te acusar.
Zombas da acareação com Futuro,
dizendo que não é presente,
que ele te poria macambúzio,
logo tu, que vives contente;
àqueles que abonam o voce diz,
somente uma, justiça, contradiz.
Vences à querela com sensatez,
tuas “provas” resultam robustas,
usufruis ilícitos a dois por três,
apregoando que razões são justas,
às custas da sapiência vera,
porque outro tribunal te espera.
Não queres que se fale disso,
tapas os ouvidos, não suportas,
segues chutando baldes,
alienando-se àquelas portas,
onde mortas as testemunhas que ora há,
e pior, Justiça, ainda estará lá.