Instrumento

Oh, Pai!

Dai sossego

a esse contrito coração.

Lágrimas e versos de dor,

contidos em oração,

suportam o pobre versejador.

Oh, Pai!

Dai-me a canção perfeita,

entoada pelos Anjos eleitos.

Tocarei cada nota

nos acordes do meu poema.

Com a leveza que me Destes,

no jardim de cada ser

plantarei rosas, tulipas,

margaridas, açucenas.

E o milagre verão acontecer:

bênçãos, paz, amor florescer.

Oh, Pai!

Dai-me coragem

de me apaixonar todo dia

pelo próprio dia.

De fazer da minha vida,

magia

e encantar tantas almas

tristes, em agonia.

Oh, Pai!

Sou seu instrumento.

Um poeta sem rima,

imperfeito elemento.

Dai-me a poesia

que vejo em todo amanhecer,

anoitecer.

Que eu possa me entregar

ao brilho do belo e romântico

luar.

Dele fazer meu recanto

e, a todos os abandonados,

aconchegar.

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 16/11/2006
Código do texto: T293311
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