Impressões n' Alma
Estou aqui, mas daqui não sou
Sou de Lá e anseio por voltar
Enquanto aqui estou
Tento não moldar-me aos padrões deste caos
Processo degenerativo
Impiedoso, atroz
As luzes da arena se acendem
Mais um espetáculo macabro vai começar
Homens, mulheres, crianças...
Hipnotizados, mentes cauterizadas
Incapazes da VERDADE enxergar
E assim estáticos, anestesiados
Não podem o CAMINHO trilhar
Tornam-se fantoches, marionetes sem VIDA
Integrantes do espetáculo no velho Coliseu
Em seus rostos máscaras sobre máscaras
Escondem suas faces uns dos outros
Mestres dos disfarces e dos sortilégios
Mascaram a dor, o ódio e a solidão
Camuflam desejos escusos, torpes, lascivos...
Escravos de um circo armado
Circo que pega fogo
O fogo da maldade, da guerra, da destruição
Seres belicosos, homicidas, suicidas
Estúpidos divertimentos para os anjos caídos
Enquanto assisto a tudo isso, luto!
Luta contínua, cotidiana
Não pertenço a este lugar
A epidemia se alastra rapidamente
Os sintomas da praga são percebidos
No povo que não é daqui, é de Lá
A carne milita contra o espírito
Várias vezes o vence
O espírito, por fim, triunfará
Não posso me calar
Tenho que andar
Tenho que anunciar
Há salvação!
Quando me calei, meus ossos envelheceram
E perdi o perfume da Rosa de Saron
Tenho que avançar neste vale de ossos secos
Dardos inflamados e setas envenenadas querem derrubar-me
De lá, o Rei envia o socorro
Revestindo-nos de toda Sua armadura
Confirmando nossa vocação
Fortalecendo-nos na força de Seu poder
Escuto o brado de vitória que vem do Rei
“Não temas! Eu já venci tudo isso...”
Então, percebo o grande privilégio que me fora concedido
É dEle que vem todo poder e força
A mim, cabe nEle estar, nEle confiar
Sujeitando-me ao meu Rei, obedecendo ao General
Recebi a honra de ser participante
De uma guerra que Ele já venceu
Não sou deste mundo
Sou estrangeiro aqui
Sou militante
Sou mais que vencedor
Estou aqui, mas daqui não sou
Sou de Lá e anseio por voltar