Renildes
Conheci uma mulher de cabelos escuros domados.
Sua pele reluzia morena à luz do sol.
Possuía um negro olhar penetrante e crítico.
Era uma mulher pequenina
com estatura de menina,
mas de um gigantismo...
Pra quem conseguisse ver.
De fala culta, pausada e serena
havia um quê de sabedoria.
Sempre tinha muito a dizer.
Tinha uma nobre missão
a de levar a mensagem de amor e vida,
graça, fé e esperança,
a todo que, como criança,
pudesse compreender.
Era uma mulher pequena
de traços e feições comuns.
Dona de singela beleza
e uma imponência de filha de Rei.
Sim, ela sabia,
a este mundo não pertencia
seu Pai, era o Rei dos Reis.
Por isso, não perdia tempo
saía a convidar a contento
o pobre, o cego, o perdido, o nu,
a todos quantos pudessem crer.
Era uma mulher pequenina
estatura de menina,
mas de um gigantismo...
Pra quem conseguisse ver.
As almas não podem perecer!
E assim prosseguia
convidando, chamando, ensinando,
levando o Pão e a Água que dá vida.
Venham todos ao reino de meu Pai pertencer!”
Até que um dia, sem aviso
o Rei ordenou que preparassem sua querida filha
para uma viagem sem volta fazer.
Foram longos os dias de preparo...
Nos dias que se antecederam a sua viagem
a pequenina se tornara ainda mais gigante,
suas roupas alvas como a neve
uma felicidade de criança no semblante.
Não suportava mais a saudade...
O que estou aqui ainda a fazer?
Mas como há tempo para todas as coisas
ainda continuava a convidar,
espalhando a semente de vida
sua própria vida a testemunhar.
No dia marcado para sua partida
a pequenina adormeceu
e quando acordou já estava lá,
rodeada pela beleza do Reino amado,
aconchegada nos braços seguros do Pai
E eu que a conheci
carrego sempre seu exemplo:
“Não perca tempo!
Saia a convidar os cegos, surdos, aleijados e miseráveis
Há um reino de amor para quem crê em Jesus
E confessa que Cristo é o Senhor!”
Sei que breve a verei de novo,
pois lá temos um encontro
com antecedência marcado
diante do Trono da Graça.