Crucificação
De repente o céu escurece,
A chuva cai, intensa...
Não há retrato, nem imprensa,
É a morte dO justo que acontece!
Do alto do madeiro
Sua voz anuncia o desastre:
"Pai, por que me abandonaste?",
Inquiriu o sentenciado carpinteiro.
"Em tuas mãos entrego meu espírito",
Tudo então estava consumado,
A humanidade inteira resgatado
O pecado Original cometido no Paraíso...
Medonho fardo carregou o Mestre,
Homem cristalino sem culpa no cartório,
Levou consigo pecados do infinito auditório
E ainda há quem imprudentemente conteste...
Uma angustiante e profunda agonia
Deve tê-LO aturdido ao longo dos anos...
Como sendo Ele em nada profano
Pôde emotivamente suportar tamanha psicologia?
Só através de sua origem divina
Pôde o rabi conceber o exercício da missão,
Libertar em si pelo sofrimento da crucificação
A falta de escrúpulos de uma humanidade atrevida!
O lado físico da paixão é deveras surpreendente,
Relatos científicos tentam entender os mistérios do seu corpo,
Torturas e massacres mortificaram de tal forma esse porto
Que na natureza humana não há nada equivalente!
Todos os flagelos impostos foram letais,
A ciência do homem se perde estarrecida,
Foi o Espírito Santo que deu luz a esta vida
E a casa de Davi está entre seus ancestrais.
Moralmente o Messias foi taxado de criminoso,
Mas o fundo espiritual da crucificação
É o regozijo do Criador perante sua criação
No restabelecimento da ordem divina no meio do povo.
Ainda na ignorância os homens jazem,
No íntimo do Supremo Juiz reina a alegria,
Nas atrocidades cometidas o cumprimento da alforria,
Pois do madeiro ouviu-se:"Pai, perdoa-os, não sabem o que fazem!"