Crucificação

De repente o céu escurece,

A chuva cai, intensa...

Não há retrato, nem imprensa,

É a morte dO justo que acontece!

Do alto do madeiro

Sua voz anuncia o desastre:

"Pai, por que me abandonaste?",

Inquiriu o sentenciado carpinteiro.

"Em tuas mãos entrego meu espírito",

Tudo então estava consumado,

A humanidade inteira resgatado

O pecado Original cometido no Paraíso...

Medonho fardo carregou o Mestre,

Homem cristalino sem culpa no cartório,

Levou consigo pecados do infinito auditório

E ainda há quem imprudentemente conteste...

Uma angustiante e profunda agonia

Deve tê-LO aturdido ao longo dos anos...

Como sendo Ele em nada profano

Pôde emotivamente suportar tamanha psicologia?

Só através de sua origem divina

Pôde o rabi conceber o exercício da missão,

Libertar em si pelo sofrimento da crucificação

A falta de escrúpulos de uma humanidade atrevida!

O lado físico da paixão é deveras surpreendente,

Relatos científicos tentam entender os mistérios do seu corpo,

Torturas e massacres mortificaram de tal forma esse porto

Que na natureza humana não há nada equivalente!

Todos os flagelos impostos foram letais,

A ciência do homem se perde estarrecida,

Foi o Espírito Santo que deu luz a esta vida

E a casa de Davi está entre seus ancestrais.

Moralmente o Messias foi taxado de criminoso,

Mas o fundo espiritual da crucificação

É o regozijo do Criador perante sua criação

No restabelecimento da ordem divina no meio do povo.

Ainda na ignorância os homens jazem,

No íntimo do Supremo Juiz reina a alegria,

Nas atrocidades cometidas o cumprimento da alforria,

Pois do madeiro ouviu-se:"Pai, perdoa-os, não sabem o que fazem!"

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 17/04/2011
Código do texto: T2914521
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