AUXÍLIO MUTUO

Castigados pelos golpes do ar gelado

Dois companheiros enfermos e cansados

Seguem em busca de auxílio.

A longa caminhada rumo à aldeia

Faz a esperança correr pelas veias

Aliviando o inevitável martírio.

Surpreendidos por doloroso fato,

Vêem-se em dúvida diante do ato,

De socorrer ou seguir adiante.

Pobre criança no chão quase sem vida

Sem endereço, abandonada e perdida,

Desprotegida do frio cortante.

Compadecido o primeiro assume uma postura:

___Socorramos esta desamparada criatura

É um irmão nosso tão indefeso.

O outro mais preocupado com sua situação,

Exclama se hesitação:

___Não tenho tempo à perder, já bastam a chuva e o frio

Este desconhecido será insuportável peso.

Enquanto se demora em aconchegar o pequenino,

O outro segue egoisticamente seu destino

E desaparece dentro da escuridão.

A chuva caí sobre os justos e injustos

E amparando o valioso fardo com muito custo

Encontra finalmente a ajuda, a solução.

O amigo, sem recursos, inerte caído,

Ante a violenta e fria tempestade não havia resistido,

Sem tempo de aprender a lição.

Junto ao peito o suave calor da criança,

Foi a fiel resistência diante da intemperança

E o mútuo auxílio, para ambos, a sustentação.

Quando o beneplácito da ajuda presente se fizer,

Os percalços da senda serão vencidos onde houver

Trazendo as bênçãos da recíproca salvação.

A solidão é a moldura viva da mesquinharia,

E pelas nossas obras receberemos merecidamente, algum dia,

O triunfo maior: a conquista da sublimação!!!!!

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 23/01/2011
Código do texto: T2746158