AUXÍLIO MUTUO
Castigados pelos golpes do ar gelado
Dois companheiros enfermos e cansados
Seguem em busca de auxílio.
A longa caminhada rumo à aldeia
Faz a esperança correr pelas veias
Aliviando o inevitável martírio.
Surpreendidos por doloroso fato,
Vêem-se em dúvida diante do ato,
De socorrer ou seguir adiante.
Pobre criança no chão quase sem vida
Sem endereço, abandonada e perdida,
Desprotegida do frio cortante.
Compadecido o primeiro assume uma postura:
___Socorramos esta desamparada criatura
É um irmão nosso tão indefeso.
O outro mais preocupado com sua situação,
Exclama se hesitação:
___Não tenho tempo à perder, já bastam a chuva e o frio
Este desconhecido será insuportável peso.
Enquanto se demora em aconchegar o pequenino,
O outro segue egoisticamente seu destino
E desaparece dentro da escuridão.
A chuva caí sobre os justos e injustos
E amparando o valioso fardo com muito custo
Encontra finalmente a ajuda, a solução.
O amigo, sem recursos, inerte caído,
Ante a violenta e fria tempestade não havia resistido,
Sem tempo de aprender a lição.
Junto ao peito o suave calor da criança,
Foi a fiel resistência diante da intemperança
E o mútuo auxílio, para ambos, a sustentação.
Quando o beneplácito da ajuda presente se fizer,
Os percalços da senda serão vencidos onde houver
Trazendo as bênçãos da recíproca salvação.
A solidão é a moldura viva da mesquinharia,
E pelas nossas obras receberemos merecidamente, algum dia,
O triunfo maior: a conquista da sublimação!!!!!