A PAUSA E SEU INSTANTE SUPREMO

O alto preço pago pela agitação diária

Fervilha o sangue que corre pelas coronárias

Sinalizando a tão necessária desasceleração.

Alienado pela influência do fluxo contínuo

Vê-se arrastado em completo declínio

Como pedra que se desgasta na arrebentação.

Cercado pelos compromissos e afazeres

A busca do prazer e do dinheiro são os mais sagrados deveres

Pela educação recebida desde a mais tenra idade.

O tempo escasso é o imperativo da evasiva

Quando o corpo pede trégua de maneira impulsiva

Já não responde mais à sua real finalidade.

Abrigo de uma alma que sofre pela negligência,

Anseia pelo refrigério de uma pausa para a devida penitência

A parada obrigatória para o refazimento espiritual.

Reserva de um tempo para a reflexão silenciosa

Envolve os espaços numa atmosfera harmoniosa

Embalando as preciosas horas de sono num acalanto divinal.

Inseridos num contexto social de competição selvagem

Priorizamos a ascensão material causando sérias desvantagens

Em detrimento ao equilíbrio interior.

As energias refeitas pela pausa desta corrida alucinada

É o impulso revigorante no continuar desta jornada

À temperar a vida dando-lhe outro gosto, outro perfume, outro sabor.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 01/01/2011
Código do texto: T2703758