A VIDA E A POSSE

Por um punhado de moedas,

Arrastam-se as criaturas

Precipitam-se em quedas

Na fronteira entre a sanidade e a loucura.

Nesta desmedida ambição

No afã do desvalido poder

Choram no triste reino da solidão,

Ornado de flores mortas do desviver.

A cada conquista acumulada,

O breve prazer se insatisfaz.

Preencher novo vazio não foi capaz,

No longínquo a esperança tão mais afastada.

Nova busca implementa.

Materializa-se a felicidade no olhar.

A ansiedade não tem tempo para esperar

Prisioneiro que da liberdade se ausenta.

A vida, “Bem maior divino”

É relegada como um livro desprezado,

Que poderia ser melhor aproveitado,

Extraindo da essência seu ensino.

Prostrado, vencido diante do cansaço,

Extasiado sonha em corrigir seus passos

E a palavra que não cala, na mente consolida:

“Dei toda a minha vida em busca de posses,

E hoje daria todas as minhas posses

Pela vida”.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 11/12/2010
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