A VIDA E A POSSE
Por um punhado de moedas,
Arrastam-se as criaturas
Precipitam-se em quedas
Na fronteira entre a sanidade e a loucura.
Nesta desmedida ambição
No afã do desvalido poder
Choram no triste reino da solidão,
Ornado de flores mortas do desviver.
A cada conquista acumulada,
O breve prazer se insatisfaz.
Preencher novo vazio não foi capaz,
No longínquo a esperança tão mais afastada.
Nova busca implementa.
Materializa-se a felicidade no olhar.
A ansiedade não tem tempo para esperar
Prisioneiro que da liberdade se ausenta.
A vida, “Bem maior divino”
É relegada como um livro desprezado,
Que poderia ser melhor aproveitado,
Extraindo da essência seu ensino.
Prostrado, vencido diante do cansaço,
Extasiado sonha em corrigir seus passos
E a palavra que não cala, na mente consolida:
“Dei toda a minha vida em busca de posses,
E hoje daria todas as minhas posses
Pela vida”.