DEUS, ESSE DESCONHECIDO
Olhando a alta montanha e sua imponência,
Consigo mesmo indaga:
Só pode ser lá a sua morada
No ponto mais alto vive a Divina Potência.
Kms e Kms a separa-lo de Deus,
Esse ausente, esse desconhecido.
Porque tão distante o limite estabelecido?
Em divagações, viajam os pensamentos seus!
Penosa marcha passa a empreender.
Afinal o tempo é tão escasso...
E toda caminhada inicia-se pelo primeiro passo,
Isto com a vida passou a compreender.
Na íngreme subida poeirenta,
Conserva bom ânimo e euforia
Não cabe em si de tamanha alegria,
Em ver realizado o objetivo que alimenta.
A meio caminho percorrido.
A fome e o frio o castiga,
O desânimo e o cansaço é muito grande e o intriga:
Porque este Deus desconhecido tão longe se escondido?
Sofre a primeira queda pelo passo em falso.
Vê-se só e sem guarida
Mira para o alto e blasfema contra a vida.
Desprotegido segue em seu encalço.
Extasiado, o topo da montanha alcança.
Estava enfim mais perto do grande ausente
Emociona-se com tanta exuberância e sente,
Adormecer-se sobre a relva macia, úmida e mansa.
Sonha........
Uma grande luz guia seus vacilantes passos desde o início.
Dando-lhe fôrça, coragem e sustentação.
E em mostrando sua presença na real direção,
Compreende que todo caminhar é um aprendizado, um verdadeiro ofício.
Que as dificuldades rumo à ascensão
Se faz junto deste Deus conhecido, e em tudo presente.
Que com a nossa fé nos ajuda a removê-las, paciente,
Fortalecendo-nos a confiança e o amparo de elevadas dimensões.
Desperta......
Não entende o domínio de uma “desconhecida” paz.
Ante o flagelo da revolta de nada encontrar
Talvez isso já seria algo à sinalizar,
E prepara o retorno deixando tantas coisas para trás.
Desnudo de si mesmo e fortalecido
Reconhece na imensidão o que tanta procurava,
Aquele que mesmo sem ser visto, pelo pensamento tudo criava,
Quebrando-se as barreiras, os limites, a fronteira do desconhecido.
No fim de toda dura caminhada
Uma lição fica para sempre guardada
E o aprendizado recebido
Mão invisíveis nossa busca estimula,
Sabendo das intenções mais modestas e mais puras,
Do verdadeiro filho que resolveu voltar mais humilde e finalmente reconhecido.