BAILE

Meu coração chora

Pelo peso da consciência.

Cortes se abrem

Por cada lágrima derramada.

Deles, o sangue sujo do pesar;

Escorre...

Por esses cortes

Entram as mazelas

Que na mente, estão gravadas

De um longínquo, médio e recente passado.

Mesmo sabendo o certo - caiu no errado.

Quando não se dá valor

Pelo sacrifício do amigo, Jesus;

Dos pais, dos irmãos

Fica vazio o coração.

Mas a consciência fica cheia,

Então é preciso esvaziá-la...

Como?

Fazendo sofrer a quem se ama;

A nós ou aos outros?

Como?

Rasga-se o véu da ilusão

E na realidade de então,

Sangra o coração.

O sentimento do vazio, é triste...

Agora estando o salão vazio;

Como preenchê-lo sem dor,

Ter a certeza da absolvição;

Como?

Neste salão não há orquestra,

Não há casais, não há par.

Ninguém valsa; estou só,

Sentado em uma cadeira.

Vejo do teto o passado cair;

Cai a minha frente

Fatos, pensado esquecido.

Mas não, eles estão lá.

Mortos com seus ossos

E suas carnes semi-consumidas.

Uns em início de putrefação,

Outros nos velórios,

Outros na autópsia

E outros no quarto

Ainda por morrer...

Eles são os fantasmas do passado,

Um passado errado

Na inundação da ilusão dos fracassos...

Sangra coração para que

Com esse sangue, sujo da perdição,

Eu possa limpar esse salão

Tirando os mortos do passado

E os vivos também!

Dessa maneira o salão ficará limpo

E eu poderei valsar absolvido,

Liberto por Jesus Cristo;

Perdoado e abençoado por Deus;

Com o Espírito Santo sentado no trono

Que é o meu coração.

De repente cheio está o salão,

São casais a dança a valsa do amor

Alegres, felizes, em paz;

Libertos dos pecados seus!..

(PEREZ SEREZEIRO)

José Roberto Perez Monteiro – SCSul - SP.serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 09/11/2010
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