DOIS IRMÃOS E UM DESCONHECIDO
Dois irmãos na labuta
e seu pai na escuta
estão à beira da praia
a trabalhar, antes que a noite caia.
Consertando as redes em família,
sem nenhuma mobília para seu barco.
Porque tal profissão era da vida o marco
e não podiam deixá-la o coração.
Mas a conversa sobre o trabalho
num dado momento é interrompida
por um homem num atalho.
Era um Construtor de vida.
A situação era difícil
para todos os pescadores,
porque já não via solução além do mar
para seu sustento sem artifício.
Eles precisavam da ajuda
de Alguém que tivesse coração
para lhes indicar um novo rumo
lhes dar uma diferente visão.
E um homem desconhecido
para eles divergente
com o que viviam
ou que tinha vivido.
Um homem sem igual
mas eles não sabiam
que era aquele ser tão divinal,
se humano ou espiritual.
O homem logo lhes chama:
- Vinde após mim...
E eles perguntaram:
- Por quê ele nos chama assim?
Mas eu trasformarei sua memória,
disse o homem. Sou a Candeia!
Mudarei sua história
não tenha medo, somente creia.
Os dois irmãos partiram
para trás ficaram
as redes, os pais e os amigos,
o mar, o medo e os barcos antigos.
Seguiram ao homem sem temer,
viveram com Mestre em toda parte,
andaram por cidades e aldeias
estiveram com pessoas de todas idades.
Seguiram o Mestre
se esforçaram para aprender
serviram sem se esquecer
que um dia o Mestre ia morrer.
Esse era o medo
que lhes roubou o coração cedo,
porque não entregaram tudo
e no teste final ficou mudo.
O Mestre os lapidou,
ensinou
transformou a todos
e ordenou que anunciasse.
Os dois irmãos,
tiveram o melhor da vida
por ela estar escondida
na vida que é a Vida.
SACRÁRIO. Edinaldo Formiga. São Paulo: 22/10/10