FRUTO DO JARDIM

Adão homem do jardim,

precioso.

Homem de inteligência sem fim,

gracioso.

A cada dia Adão se agradava

com os animais.

E no seu Jardim não via

as coisas banais.

De repente sua Eva,

com ofertas venenais

lhe roubam a cor primaveril

com um gesto sutil.

Não aparece mais,

o Criador.

Nem semelhanças... agora já mortais.

E a imagem de Deus não

era ela.

Vira no espelho, daquelas tantas águas

sua semelhança em Adão.

Uma figura traspassada,

desajeitada.

Na representação oscilatória da sua nudez,

estava a resposta satisfatória da insensatez.

Um contorno vil,

por não pensar ele ouviu,

uma voz que lhe atentou,

para saber o que passou.

Disse Deus:"Adão, onde estás"?

Mas ele nada respondeu. Se escondeu...

Porque o ato foi de vergonha,

e deixara a cara, de fato, tristonha.

Mas Deu não desprezou Adão,

esse homem caído.

Deus lhe cobriu seu pudor,

e por amor lhe fez vestido.

Adão desobedeceu,

também fui assim,

longe do meu Criador,

andava sem amor.

Mas um dia ele resolveu

me vestir. Me amar,

e no Filho seu

sofreu p'ra me amar.

Eva foi imagem de Adão,

Adão e Eva a imagem de Deus,

Eu fui um contorno de Adão,

E hoje Deus faz esta nos filhos seus.

SACRÁRIO. Edinaldo Formiga. São Paulo: 01/10/10.

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 02/10/2010
Reeditado em 02/10/2010
Código do texto: T2533885
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