PECADOR ARREPENDIDO
Parece que tudo caiu no caminho
E minha alegria ficou para trás
A pétala bela tão cândida assaz
Manchou-se na sânie, manchando o seu ninho,
Sujando de pronto o mais lindo do arminho,
Quebrando a aliança no fogo forjada
Esplêndida e leda, por Deus amparada
No tempo de dor, solidão, sem amigo...
Agora ela leva o mais triste castigo
E pede perdão com sua alma lavada:
Senhor poderoso, Senhor inefável,
Senhor dos senhores, dos céus és Senhor,
Senhor dos remidos tu tens grande amor,
A graça das graças, tu és confiável
E tua justiça pra mim é viável
Porque não me trata segundo meu “eu”,
Tu tens teu amor que jamais é proteu
Acaba – eu te peço – com essa discórdia
E dê-me o perdão com a misericórdia
E meu pensamento será sempre Teu.
Pois, lembro-me tanto do tempo passado
Que eu era sincero em qualquer atitude
E minha palavra era amor e virtude
E ledo meu riso, por muito almejado
Talvez referência pra o pobre aleijado
Que nunca tivera o perdão, meu Senhor;
por isso que o humilde, este vil pecador
te pede: restaura-me e dê-me acalanto
na hostil levadia e momentos de pranto,
pois não sei viver sem o teu grande amor.
Coloque em meu ser coração virtuoso;
Que eu sempre perdoe o meu vil magoador,
Que eu tenha o quebranto e que seja o fautor
Levando a brancura do amor, paz e gozo
Ao mundo perdido e completo leproso;
Que vejam em mim a mais pura verdade,
Um ser possuído por tua humildade
E toda tristeza que habita em meu ser
Não seja levante pra o mal ter poder
De vir contra mim com astúcia e maldade.