Insensibilidade Consciente
Quando a chuva cai
Eu penso cá comigo, bem profundo:
Esta água vai limpar o mundo
E nela toda injustiça se esvai.
Pura ilusão do meu pensar,
Fantasia que acalento na alma,
É como ver a vaga que se acalma
Em sintonia com os mistérios do mar.
Deus fez do homem um ser inteligente
E lhe deu como prêmio a liberdade,
Mas o homem se esquece que um dia a Divindade
Cobrar-lhe-á cada ceitil do seu presente.
O mundo é imenso e profundamente belo,
Perfeito em cada ponto da natureza,
Mas as ações humanas transformam sua beleza
E esquecem que o amor renasceu no prego e no martelo.
Às vezes durmo sem vontade de viver,
Pois não concebo o preço da infidelidade,
Esta é uma grande injustiça da humanidade
Que só se interessa pelo trivial que dá prazer.
Nesta arena em que o amor deveria prevalecer
A dor é o retrato que machuca o coração,
Então acordo com a força de um leão
E me ponho a orar pelo destino de cada ser.
A insensibilidade do homem o põe num torvelinho
E na madrugada fria se tratam assuntos de guerra,
A fome daninha castiga e desterra
Deixando o homem desobediente abandonado e sozinho.
Em meus devaneios ainda reina a esperança
De um mundo de paz, justiça e cheio de emoção,
Que o homem se toque e acenda a luz do coração
Para que na madrugada fria, mesmo sem perceber,
Deus chegue e segure a minha mão!
Ivan Melo / Lucas Alves