VIVER PARA O OUTRO
Onde estão os pássaros cantando livremente
Sem que alguma criança ou adulto
Contra a vida deles intente?
Onde está o calor humano
Nesse frio congelante?
Nessa vida tão séria,
Cada um “na sua”,
Que proteja só os seus,
Nessa vida de crendices,
Gente adulta agindo com meninice,
Há tantos espetáculos apavorantes,
Há tantos sorrisos forçados,
Há tantos humanos descalços,
E por eles nada faço...
Perdoa-me Senhor,
Meus olhos tão fixados no “eu”,
Meu coração tão enrijecido
No que quer e sonha,
E tantos corações que não tem nem o que sonhar...
São tantas noites reclamando do frio,
Do calor,
Do sol, da chuva,
E há tantos que não tem nem como reclamar...
Se não fosse Tu o que seria de mim?
Um ser mergulhado num oceano de “eus”
Um mundo onde prevaleceria o que eu queria,
Talvez alguns falsos amigos me suportariam,
E na morte sem perdão, era para onde eu iria...
Atrai-me Senhor para o “outro”
Fixa meu olhar na necessidade “alheia”,
Que não deixa de ser minha,
Uma vida que me pertence que eu queira ou não queira...
Ser Cristão é ser como queres,
É não deixar ser engolido
Nem passar duplo sentido,
É ter olhos para enxergar o outro,
Ouvidos para escuta-lo,
Um abraço a ampara-lo,
E principalmente:
UM CORAÇÃO PARA AMA-LO.
Ensina-me Senhor.