Quanto Querer Sem Querer

Nem sempre o sol

Nasceu ou se pôs

Como se pensou

Ou mesmo se quis

Ou até mesmo o vento

Por vezes leve brisa

Outras vezes impetuoso

Até, quem sabe, violento

Carregou em seu bojo

Folhas e pensamentos

Nem todos em tudo agradou

Mas ele seguiu adiante

Logo após a curva

Oh, mortos

Superdimensionados

Em seu doce querer

Nunca se arrependem

Recuam ou mudam sua posição

Se não for ao alto

Nessa escala absurda

De pretensa ascenção

Atitudes lúdicas

Que embasam um vaziio

Sempre constrangedor

Oh, Jesus

I need you

Finca a pancada

Que ilustra uma paisagem

Muda contemporânea

Saída de sprays

De gatilho rápido

In Jesus we trust!

Até quando?

Oba, oba festivo

Dançante multicor

Dias de festa

Semanas festivas

Longos festivais

Onde está escrito?

Não é apenas o vinho

Que entorpece.

Palavras doces

Percorrem com o sangue

Todos os recônditos

Do pobre corpo

Embriagando o cérebro

Celebrando uma pretensa união

Corpo espírito alma

Oh, doce ilusão

Cruzar o oceano

Num pedalinho

Tornar um tufão

Em um torvelinho

Mentes escaneadas

Por marqueteiros

Doutrinados sem fé

Ou “fé de mais”

Mares abraçam desertos

Numa louca ciranda

Enquanto o dia não vêm

E quando o dia chega

Contempla corpos largados

Pelas calçadas

Cobretos do sangue

Dos incautos.

Inocentes ?

Tolos !