Depoente
Numa aurora despertei e pensei
Resignar-me aos enigmas,
O sol muito fulgia; a névoa meiga
A passo lento espargia, na mata
Passarinhos chilreavam, nos galhos
Mais altos macacos pulavam
E na velha paineira meu olhar subia.
A casa distante à outras se juntava
E dos enigmas eu não sabia se me abdicava
Ou se deixava a vida seguir seu curso habitual;
Olhei para o céu e mplorei graça contra o mal.
A prece foi atendida, pus os pés
Na estrada, minha alma era só luz,
Andei qual retirante, abracei o amor
Que a beleza conduz e vivi
A felicidade que jamais vivera antes.
De repente ouvi uma voz que assim dizia:
“O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará”
Parei, olhei para trás
E dos enigmas não quis mais renunciar.