O VERDADEIRO PÃO
O VERDADEIRO PÃO
É uma madrugada escura e plangente:
De uma sexta-feira isenta de estrelas
Sobre o imenso oceano o horizonte pleno
Uma brisa suave acaricia o rosto da gente
E ao contemplar o portentoso cenário
De resplendor nesta privilegiada visão
Em que as folhagens dos coqueiros
Acolhem o reflexo de luzes em profusão
E das ondas sopradas pelos ventos
Emergem um canto sonoro, singular
Que deixam desenhos de brancas espumas
Molhando a areia fina do mar.
E nesta rede gostosa e macia, leio e releio
As históricas palavras do mestre Jesus
Que diante daquele que recém expulso do lar
Arguía arrogante o próprio filho de Deus.
O qual desafiava o poder do Jesus amado
Para transformar grandes pedras em pão
Ou então o Senhor jogar-se do alto no abismo
Ou prostrado adorar o anjo rebelado.
E Jesus após longos e sofridos quarenta dias
De um jejum em pleno e grande deserto
Sozinho e não tendo ninguém por perto
Assim declarou ao anjo sagaz, outrora tão belo:
“A vida do homem ...
não consiste na abundância dos bens que possui ^(Lc 2:15)
“porque nem só de pão viverá o homem...
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4:4)