Oásis
Quando a noite cair
Neste outono cinzento, desnudo,
Minha voz no espaço sumirá
Sem trazer eco nem sussurros!
O silênio dominará o escuro,
As luzes serão líquidos,
A passagem no momento ficará
A mercê das trevas, sem brilho...
Os passos caminharão sem trilho
Nesse aluvião deserto infinito...
As lágrimas não serão gotas d'água,
Mas enxurradas de pântanos temidos!
Os abraços ficarão desunidos,
Sem a esperança do dia futuro...
O amor forte partirá no tempo
E corações sensíveis saberão de tudo!
Quem viver verá o mundo
Em situação deveras penitente,
Mas nada poderão fazer, pois,
Os corpos estarão dormentes!
Nem tudo estará perdido, entrementes,
Emergirá da escuridão um adeus...
Em breves olhares veremos de fato
Um corpo bonito que será o de Deus!