CLARAS VELAS NO ALTO DE MIM

A vida é mesmo uma correria,

Falta-lhe até poesia.

Mas antes de tudo, nessa vida,

Fazemo-lhe vista escondida.

Escondemos que não sabemos porque corremos

Só que quando percebemos que paramos

Olhamos para o lado e para o outro

E nada há exceto todo o rastro de tanta correria.

Estou parado a olhar-me entre as claras velas,

No alto lugar dentro de mim.

Expondo o melhor dos meus holocaustos

Para poder entender cada passo.

Correr naquela velocidade boba e inútil não quero mais.

Quero ver o que há entre o que nunca busquei

E fazer das próximas horas o espetáculo do viver.

Poder fazer o melhor aos olhos dELE,

Aí a vida se torna única e eterna...

Buscar sem parar quase caindo,

Muitas vezes, tropeços e outras, chão.

Quando se podia fazer caminhando iluminado pelo dia

E não pela agitação da fogueira da agonia.

Seguir o Filho, aquele que é o caminho e a luz,

É aceitar por definitivo Jesus Cristo, a graça da vida.

E assim construir o que for, dada a voz de dentro

Como um livre chamado de se fazer o certo com corretude e amor.