Meu Mestre
Ó Mestre, Quanto sofreste por mim!
Naquele dia que quiseste pagar
A pena imposta por eu tanto pecar
Pra livrar-me de grande e terrível fim!
Só porque me amas, padeceste assim.
Pelo teu sofrimento vieste trazer:
Um novo e feliz ânimo ao meu viver.
Fizeste-me alegre e cheio de amor,
Deste-me da tua graça e do teu vigor
E mais desejo para te conhecer.
Ó grande Mestre, Pelo teu imenso amor,
Tomaste em teus ombros aquela cruz.
Jerusalém, a cidade que reflete luz,
Em sua cegueira não viu a tua dor
Nem pôde perceber que tu és o Salvador.
Enquanto tu sofrias o seu povo ria,
Como quem festejasse alegre assistia,
Quando levavas o madeiro pesado
E morrias no caveira crucificado,
Suportando afrontas de quem te batia.
O teu sofrimento foi descomunal.
Tu foste humilhado e escarnecido;
Chicoteado, arrastado e cuspido,
Em paga do bem, te fizeram mal.
Tu foste fiel, teu povo desleal.
Por ele tomaste o cálice de fel,
Morreste na cruz de maneira cruel,
Enquanto ele ficava alheio ao perdão
E Endurecia de tudo o infiel coração,
Não dando ouvido a mensagem fiel.
Mestre, ninguém pode medir o teu amor!
Sem reservas tu amas imensamente.
Mesmo a quem te odeia ferrenhamente,
Estás pronto a salvar, por mais pecador,
Do eterno abismo e de tamanha dor.
Os que forem lançados neste edifício,
Não poderão ser livres de terrível suplício,
Mas pelo teu amor poderás livrar
A todos que ao teu perdão poderem buscar,
E arrependidos crerem no teu sacrifício.
Ó Mestre querido, muito obrigado!
Pelo livramento que me concedeste.
Reconheço que por mim padeceste
E por tanto me amar foste crucificado.
Assim, perdoaste todo o meu pecado,
Teu sangue fez minha alma alvejar,
E quando vieres tua Igreja buscar,
A ti eu cantarei lindas canções.
Contigo habitarei as eternas mansões,
O teu lindo rosto lá irei contemplar.