Há paz em meu ser

Multidões tateando em zigue-zague,

Tropeçando, caindo no vale da indecisão;

Um abismo chamando outro abismo

Ao som de suas catacumbas.

Se com ferro fere,

Importa ser ferido.

Olho por olho, dente por dente.

Caminhos que ao homem seduz e atrai

Aparência formosa, envolvente, sagaz

Ao fim, o conduz a caminhos de morte

Fartura do boi gordo, recheado de ódio

O medo, no mundo, elevado ao pódio!

Em mim...paz entre espinhos!

Gozo, na tribulação descanso!

Da janela de minha alma

Avisto pastos verdejantes;

Brilho, na escuridão deste mundo tenebroso.

Sinto prazer nas hortaliças, degustadas com amor;

Ao meu redor, os que me amam, apenas pelo que sou!

As aflições do tempo presente,

Jamais poderão ser comparadas

Com a glória que em mim há de ser revelada.

No cume dos montes está minha paz

Produzindo ânimo que me satisfaz.

Há na memória promessas passadas

E quem prometeu , é fiel para cumprir.

Não foi um homem, capaz de mentir

Ou filho de homem, pra se arrepender.

Ele me faz navegar nas correntezas de um rio

De águas vivas, onde encontro paz perene

Fluindo pela eternidade.

A fonte deste rio...?

À sombra do calvário, rude cruz erigiu

Levou sobre si o castigo da paz

Com suas chagas sarou minhas feridas

Libertando minha vida do mundo voraz!

Alessandra Borges
Enviado por Alessandra Borges em 04/08/2009
Código do texto: T1736044
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