Há paz em meu ser
Multidões tateando em zigue-zague,
Tropeçando, caindo no vale da indecisão;
Um abismo chamando outro abismo
Ao som de suas catacumbas.
Se com ferro fere,
Importa ser ferido.
Olho por olho, dente por dente.
Caminhos que ao homem seduz e atrai
Aparência formosa, envolvente, sagaz
Ao fim, o conduz a caminhos de morte
Fartura do boi gordo, recheado de ódio
O medo, no mundo, elevado ao pódio!
Em mim...paz entre espinhos!
Gozo, na tribulação descanso!
Da janela de minha alma
Avisto pastos verdejantes;
Brilho, na escuridão deste mundo tenebroso.
Sinto prazer nas hortaliças, degustadas com amor;
Ao meu redor, os que me amam, apenas pelo que sou!
As aflições do tempo presente,
Jamais poderão ser comparadas
Com a glória que em mim há de ser revelada.
No cume dos montes está minha paz
Produzindo ânimo que me satisfaz.
Há na memória promessas passadas
E quem prometeu , é fiel para cumprir.
Não foi um homem, capaz de mentir
Ou filho de homem, pra se arrepender.
Ele me faz navegar nas correntezas de um rio
De águas vivas, onde encontro paz perene
Fluindo pela eternidade.
A fonte deste rio...?
À sombra do calvário, rude cruz erigiu
Levou sobre si o castigo da paz
Com suas chagas sarou minhas feridas
Libertando minha vida do mundo voraz!