VIA CRUCIS

Via Crucis

Explodindo do levante, vindo de Sião

Rompeu uma LUZ:

Um lago de espinhos, de açoites paralizados

Rasgados ao meio e incendiados

Pela marcha flamejante

De um bison branquíssimo, poderosíssimo,

Que velozmente destrói o mar de maldade,

Com a tranquilidade das coisas invencíveis.

A dor o atinge, múltipla, polifônica, quase

Infinita- dor de vários sobre um –

Pois cada espinho daquele tinha um dono,

Bilhões,

Mas nenhum era dEle.

A confluência em espiral dos crimes passados,

Presentes e futuros lhe perfura,

milhões de brocas, as sinapses de dor

Lhe sobem pela espinha de todas as partes,

Num uníssono agônico, e Ele galopa, Ele galopa,

Ele galopa...

Um alvíssimo bison, não por albino,

Mas por ser Santo.

Com suas chamas, com sua marcha sacrificial

Ele abre caminho aos homens, até o platô celeste.

Só Ele o poderia, só o sacrifício o poderia,

Só o fogo o poderia.

Eu traria todos os que não puderam

para verem uma marcha tão heróica,

Um amor

tão sobre tudo tão

Incoercível

Se eu, poeta humilde, pudesse o Tempo,

Se eu manipulasse o Espaço e seus canais,

Traria uma criança syouxie, e, vendo-o,

Ela esqueceria seus prados corcéis irmãos heróis

E vendo-o, ela O amaria.

E a criança seria amada,

E olha porque o mistério é fabuloso,

Ela, você, eu, todo mundo

Fomos e somos amados.

Pois Ele vive.

Ele chama.

Sammis Reachers
Enviado por Sammis Reachers em 23/05/2006
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