Uma Nova Chance (dedicada aos que, desviados, vagueiam no vale das sombras).
Quem dera que a alma redimida
por tão alto preço nesta vida
nunca mais olhasse para trás...
Quem dera trilhasse bem segura
o estreito caminho da ventura
ao limite eterno dos portais.
Quem dera ocorresse sempre assim!
Irado, porém, vil querubim
espreita, incansável, sua presa,
que liberta outrora por mão forte,
decide arriscar-se à própria sorte,
deixando o refúgio e fortaleza.
Ó pobre, insensata alma humana!
Depois de estar livre e soberana,
volve ao jugo cruel do opressor,
esquecendo-se, tão prontamente,
dos torpes grilhões, da ira ardente,
dos gemidos, da angústia e da dor.
Soubesse quanto sofre o opresso,
quão árduo é o caminho de regresso,
sentiria horror da decisão
de deixar, temerária, o abrigo,
largar o braço forte do Amigo
e evadir-se, só, na escuridão!
Aonde irás, errante e sem fé?
Às sendas do filho de Jessé?
Aos labirintos de Salomão?
Provarás de Saul a incerteza?
Ou das vacas do Egito a magreza?
Dos impulsos fatais de Sansão?
Vagarás por paragens estranhas,
com fel de amargura nas entranhas,
sete vezes mais serva do mal!
Somente a trocar por bagatelas,
por vergonha, miséria e mazelas
a coroa de glória imortal.
Até quando irão tuas andanças?
Até que já não haja esperanças
de voltares ao seio dos teus?
Não esqueças: por tantos perigos
sofrem pais, sofrem mães e amigos,
sofrem filhos, irmãos, sofre Deus.
Ergue, ó alma, um clamor profundo,
que desperte o pavor deste mundo,
que te ponha entre o alpendre e o altar.
Ali, contrito, com rosto em terra,
conta as dores que teu peito encerra,
forte ânsia de não mais pecar.
Confessa, então, os teus maus caminhos,
e os pecados que, qual espinhos,
te trouxeram fraqueza e penar.
Quem sabe o Senhor, porventura,
percebendo humildade e agrura
não resolva uma bênção deixar!
Ele o fará, ó alma querida,
dar-te-á outra chance na vida,
tal graça já não deves perder,
porque embora triste a existência
e apoucada tua experiência,
no final, com Jesus, vais viver.
Uma obra ainda te é concedida:
vai curar de Seu povo as feridas,
aos joelhos trementes firmar.
Aos que perecem longe da luz,
anuncia este nome: Jesus! e
sua graça suprema, sem par.
Luta, vigia, ora e avança,
retém firme a fé e a esperança,
vence na força do teu Senhor,
pois que peso indizível de glória
obterás, afinal, co’ a vitória
e verás, face a face, o Amor!
Nota do autor:
Os fatos que deram origem a esta poesia estão narrados em um depoimento pessoal, inserido em "Mensagens>Evangélicas". O grande objetivo desta iniciativa é cooperar com o Senhor Jesus, trazendo palavras de conforto e esperança àqueles que se deixaram iludir pelos
"caminhos que aos homens parecem direitos, mas cujo final é a morte".