O FUTURO DA HUMANIDADE
Meu peito explode em letras.
Tinha tão pouco a dizer e disse quase nada.
Meu pensamento fervilha, repleto de razões,
São tão lúcidas idéias, como são tantos os esclarecimentos,
Equívos a desvendar, desesperos, sofrimentos.
Vejo a humanidade perdida, arvorada e desprovida;
Remando pra a queda d’água a pensar que vai pra vida.
São matemáticos, cientistas, pensadores e intelectuais,
Alguns até simples, outros elite demais,
Conduzidos qual rebanho por instintivos ideais,
Sem ver que há lógica também no trato,
No formato que se dá a vida,
Na maneira como se trata o mundo,
Como se trata os outros,
Como se trata o eu.
Vejo a humanidade afeita a fábulas,
Histórias da carochinha, sem a menor seriedade,
Absurdos que não se pode conceber,
Como pensar que na morte a vida se pode produzir;
Como crer que maus hábitos não nos podem destruir,
Sem entender que a verdade pode a vida construir.
Embriagados estão a sorver o carnaval,
A empanturrar-se de novelas
E a debater futebol;
Vejo este povo sofrido a mais sofrimento cavar,
Adaptando-se a um mundo que passa a convulsionar,
Cada dia mais catástrofe, abalos, calamidades;
Cada dia mais o fim se mostra em realidade.
E meu coração aflito por ver esse povo arrogante,
Uns usando a ingenuidade pra viver como elefante,
Enganando-se a si mesmos, aos amigos e parentes,
Como se futuro à Terra fosse coisa existente,
Como se agora Deus nos pegasse num repente,
Como se a calamidade não fosse culpa da gente.
Vejo essa gente orgulhosa a acelerar mais o fim
Pôr-se em demanda com Deus, pondo-lhe a culpa assim,
Se não culpa, se desculpa pondo-se de desentendida,
Como se fosse injusto o que Deus tem prevenido,
Como se a matemática não desse efeito a causa,
Pois o Senhor da Criação labutou por nossa alma.
Há milênios adverte, ensina, insiste, converte,
Mas a teimosa humanidade só se põe de ofendida
Achando que Deus é obrigado a permitir essa vida,
Que a tantos traz sofrimento, a morte com dor no fim,
Acham que o Deus amoroso tem que deixar tudo assim,
Dizem que Ele não foi justo por não os ter avisado,
Mas desde que me dei por gente Seus rogos tenho escutado.
Fui vendo a vida passando e muito assim se cumprindo,
Sendo que os versos da Bíblia meu olhar foi descobrindo.
Agora estamos às portas, já não clamamos sem causa,
Mas a teimosa humanidade, que à destruição não dá pausa,
Insiste em seus prazeres, quer apodrecer nesse atol,
Vendo esperança em novelas, carnaval e futebol.