DEPOIS DO CULTO
Olhando o amontoado,
Um entra e sai embolado,
Uns vendem e outros conversam
Sobre Deus e sobre o passado.
Uns até fazem alusão ao futuro,
Com perspectivas um pouco exageradas.
Outros falam sobre vitórias,
Outros das derrotas fazem sua jornada.
Alguns somente observam
O esvaziar dos acentos,
Despedem-se uns dos outros,
Ficando só banco e vento.
Quando se vê o ambiente,
Que a pouco estava repleto,
A solidão parece ser a única voz
Do vazio inquieto.
Fecha-se portas e janelas,
Como se fosse embora.
Desliga-se as luzes,
Primeiro as de dentro, depois as de fora.
Ficando só e silenciosa,
Dorme a congregação,
Esperando o próximo encontro
Para mais uma reunião.