TU JERUSALÉM
Aos meus irmãos de uma terra deliciosa separada e eleita, mas que se corrompeu pelos os enganos do homem. Ao ler entenderão.
Terra de delícias, vinhos puros.
Ao te ver insipiente cantei louvores
E entre espinhos e rosas plantei flores
Com amor de marido ergui teus muros
Com pureza enchi teus baldes de amor
Para regar os jardins onde plantei
Cada flor que brotou dela cuidei
Apreciando sua textura e seu odor
Em tuas noites de festas e fantasias
Os teus filhos com teu vinho se alegravam
E enquanto as crianças ali pulavam
Nos bastidores eu preparava as iguarias
Os teus raios de luz incandescentes
Alcançavam os que nas trevas longe jaziam
E nos rostos dos teus filhos refletiam
Tua glória e a todos os descendentes
Jerusalém, Jerusalém!
O que fizeram contigo, ó Jerusalém?
Hoje está fechada, uma prisão.
Os teus vinhos com açúcar misturado
Entristeço-me ao ver teus muros derribados
E o amor já me esfria o coração
Jerusalém, Jerusalém!
O que fizeram contigo, ó Jerusalém?
Se há amor onde está sua pureza?
Se há perfume onde estão as suas flores?
Se há rosas onde estão as suas cores?
Se há jardins onde está sua beleza?
Hoje há pétalas de rosas, mas sem textura
Há odor, mas seu cheiro é como o nada
Há crianças cantando na calçada
Mas por dentro o coração em amargura
Jerusalém, Jerusalém!
O que fizeram contigo, ó Jerusalém?
Tuas festas são como bailes de fantasia
Cada um se esconde em sua couraça
E até recém-nascido se disfarça
Para seu rosto não ser visto em pleno dia
Quando quero cantar-te caio em pranto
Pois a dor me oprime o coração
Como posso cantar-te uma canção
Se se perdeu todo o sentido o meu canto
Pendurado meu violão onde deixei
Também chora de dor ao recordar
Pergunta-me por ti a soluçar
Onde está a cidade onde toquei?
Ao ouvir sua voz quase apagada
Seu lamento, sua dor, seu som tristonho.
Lhe consolo pois ainda tenho um sonho
Que é de ver Jerusalém ser restaurada
Composta em 2001, Brasil