O ENCONTRO DECISIVO
Tua Palavra é minha cura
Tua Palavra é meu prazer
É um poço de vida que encontrei
É o alimento ideal para o meu ser
De onde posso tirar tanta alegria?
De onde posso tirar a paz que me sustém?
Oh que doce fonte em minha vida!
Oh quantas delícias eu já provei!
Quando nas minhas trevas observava
A sequidão e a dor que me roíam
Eu lembrava de Tua palavra e Tua pessoa
E ao te deixar, essas coisas me oprimiam
Quando a luz bem disfarçada me alcançou
Minhas carnes tremiam sem repouso
Meus neurônios descarregavam uma energia
Que meus dentes se consumiam em tanta dor
Naquela noite de trevas e de luz
Quando me visitaste com teu exército celestial
Havia trevas consumindo minhas entranhas
Havia luz de maneira colossal
Eu me encolhia qual um feto indefeso
E pude ver o meu passado e o meu presente
Minha derrota estava posta ante ti
Tua vitória naquele instante era iminente
Com minhas mãos abertas e trêmulas me defendia
Eras como um monstro atacando um pobre ser
Era o Criador desafiando a criatura
Era a ignorância frente à essência do saber
Era o finito confrontando o infinito
Era a morte e a vida se enfrentando
Era a ordem e o caos no “front” da guerra
Era a vitória e a derrota se encontrando
Na desigualdade das proporções vi eu e Tu
No momento mais terrível de minha vida
Tu me tolheste, me humilhaste e expuseste
A miséria de uma alma combalida
Eu gritava num silêncio sufocante
Que rompia o torpor da madrugada
Nem me render ao “inimigo” eu conseguia
E percebi que tua vitória era chegada
Quão terrível é este Deus a quem eu amo!
Quão terrível é este Deus do meu amor!
Como fogo que devora ao inimigo
E consome suas carnes de pavor
Mas nesta luta eu percebi que o derrotado
Não fui eu, mas Ele mesmo foi quem perdeu
Pois no final daquela luta me aceitou
E a sua paz e o seu amor me devolveu
(Espanha, 13.02.98)