Sempre excluído

Numa noite, longe da cidade
Num lugar sem conforto
Tendo como luz as estrelas.
Nascia aquele que veio brilhar
Não para si, mas para clarear
E assim, o caminho, ser enxergado.

Numa noite, longe da cidade
Por nela não encontrar
Um abrigo sequer
Aquela pobre mulher
Que grávida se encontrava
Teve como lugar para se abrigar
Uma casa de animais.
Aonde a luz veio a gerar.

Num lugar, fora da cidade
Depois de muito anunciar
De fazer cegos enxergarem
Mudos ouvirem
Vimos a Luz partir.
Aquele que fora da cidade nasceu
Fora dela também morreu.
Aquele que pelos animais foi acolhido
Entre ladrões seu corpo foi estendido
Enfim, a luz que veio brilhar
Nasceu, viveu e morreu
Estando sempre excluído.

 

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 24/09/2008
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