As trombetas do Apocalipse
O último selo se abriu
E soou a trombeta primeira.
De fogo a terra se encobriu
Enchendo de sangue a caldeira.
A chama abrasadora
Terça parte consumiu,
Deixando vastidão isoladora,
Árvores e ervas destruiu.
...
Outra trombeta a tocar
Pelo anjo secundário.
E foi lançada ao mar
Como montanha de calvário.
Água em sangue a se transformar,
Acabou com terça parte da Criação.
De tudo que vivia no mar,
Destruiu com retidão.
...
Ao terceiro toque que soou,
Caiu uma estrela ardente.
Em absinto a água se tornou,
Trazendo a secura latente.
Homens que dela beberam
Com sede ardorosa,
Na terra pereceram
Pela morte amargosa.
...
E o quarto som como açoite,
O sol e a lua atingiu.
Transformou um terço em noite
E a escuridão surgiu.
Gritou a águia de voz alarmante:
"Ai dos que estão na terra a morar,
Por causa das trombetas restantes
Que ainda hão de tocar!"
...
A Quinta trombeta ecoou retumbante.
Abriu-se do abismo o portão
E da fornalha escaldante
Trouxe fumaça e escuridão.
Gafanhotos terão do escorpião o poder
E aos homens sem o selo atormentarão
Até não agüentarem e desejarem morrer
Mas a morte. Não terão!
...
E a sexta trombeta se fez ouvir
Para quatro cavaleiros soltar.
Dor e morte num porvir
Pelas mão dos que vêm a cavalgar.
Ai dos que perecerão.
Em seus pecados há razão,
Pois viveram da enganação,
Dando ao maléfico adoração.
...
E o sétimo Anjo, a trombeta tocou
Com vozes a anunciar:
“Eis que Nosso Senhor
Veio para reinar!”
“Diante do Trono e do Santo Altar
Graças ao Todo-Poderoso hemos dar
E o Templo de Deus se abrirá
Com a Arca da Aliança a avistar.”
...
E as sete trombetas se fizeram ouvir
Para que os flagelos começassem.
Eis o que está por vir
Na santa mensagem.
parte integrante do livro "As Centurias e os versos do apocalipse"