OBSERVANDO A ALMA
Para ver uma pessoa por dentro
Não espere algum espelho;
Recorra aos recursos do coração.
Basta estar disposto a ouvir.
Sem pensar no que há de vir.
Pode ser até pela escrita.
Pois a palavra quando é dita.
Esclarece um pouco da alma.
Embora seja necessário.
Saber qual é o calvário.
Para não correr nenhum risco.
De parecer um rabisco.
As pessoas apenas suportam;
Um sofrimento por algo imortal.
Que fere no fundo como punhal.
E padece feito temporal.
Esfriando por dentro.
Precisando de um alento.
Que pode ser igual ao vento.
Vindo rápido e sem tormento.
Para aliviar o sofrimento.
Mas, choram quando vistas.
Porque precisam de visitas.
Para apalpar suas feridas.
Que estão ressequidas.
Vá! homem do binóculo.
Enxerga aquela alma penada.
Ajuda-a percorrer sua estrada.
Não negue sua ajuda.
Percorra todos os quilômetros.
Alcance-a com sua sombra.
Dá-lhe um pouco d’gua benta.
Pois ela está sedenta.
Por tantas lágrimas roladas.
Que você tem de removê-las.
Para longe daquele rosto triste.
Pela saudade que existe.
Depois de perder outra vida.
Que foi sem despedida.
Veja a dor para dar conforto.
Viaje pela sua perda.
Enxergue a luz que ela precisa.
Acenda sua própria luz.
Faça-a ver o brilho do sol.
Mostre a lua solitária.
Mas mostre que ela não está só.
Pois os astros a acompanham.
Numa ciranda de luzes.
Que formam a silhueta do Universo.
E mostre Deus bem próximo.
Ao lado de tudo que é nosso.
Assim a alma verá conforto.