OBSERVANDO A ALMA

Para ver uma pessoa por dentro

Não espere algum espelho;

Recorra aos recursos do coração.

Basta estar disposto a ouvir.

Sem pensar no que há de vir.

Pode ser até pela escrita.

Pois a palavra quando é dita.

Esclarece um pouco da alma.

Embora seja necessário.

Saber qual é o calvário.

Para não correr nenhum risco.

De parecer um rabisco.

As pessoas apenas suportam;

Um sofrimento por algo imortal.

Que fere no fundo como punhal.

E padece feito temporal.

Esfriando por dentro.

Precisando de um alento.

Que pode ser igual ao vento.

Vindo rápido e sem tormento.

Para aliviar o sofrimento.

Mas, choram quando vistas.

Porque precisam de visitas.

Para apalpar suas feridas.

Que estão ressequidas.

Vá! homem do binóculo.

Enxerga aquela alma penada.

Ajuda-a percorrer sua estrada.

Não negue sua ajuda.

Percorra todos os quilômetros.

Alcance-a com sua sombra.

Dá-lhe um pouco d’gua benta.

Pois ela está sedenta.

Por tantas lágrimas roladas.

Que você tem de removê-las.

Para longe daquele rosto triste.

Pela saudade que existe.

Depois de perder outra vida.

Que foi sem despedida.

Veja a dor para dar conforto.

Viaje pela sua perda.

Enxergue a luz que ela precisa.

Acenda sua própria luz.

Faça-a ver o brilho do sol.

Mostre a lua solitária.

Mas mostre que ela não está só.

Pois os astros a acompanham.

Numa ciranda de luzes.

Que formam a silhueta do Universo.

E mostre Deus bem próximo.

Ao lado de tudo que é nosso.

Assim a alma verá conforto.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 09/05/2008
Código do texto: T981614