DE QUANDO EM QUANDO
Na falta de um melhor motivo,
senti que teria de surgir algo diferente.
Resolvi então partir e seguir em frente,
falar de algo consistente e permanente.
Pensei então em falar do amor perdido,
no momento em que pensei nada senti.
Retornei, voltei então ao lugar primevo
e, como uma simples larva, eu rastejei.
Enquanto via que o tempo escoava,
por mais que tentasse,não conseguia.
E como inseto eu nadava ou flutuava,
deixara de ser larva, como inseto voava.
À medida que o sol se alternava com a lua,
na constante mudança da noite e do dia.
Andava, perambulava sozinho pela rua,
como um cão sem dono, eu seguia.
E agora que o animal se foi, eu sei
do complexo sistema arquitetado.
Foi no terceiro reino que eu deixei,
aspectos só da alma, então falei.
E seguindo sempre em frente e para o lado,
mesmo que o sol se vá e volte em muitas idas,
este meu corpo que agora ocupo nesta vida,
ficará ainda, no primeiro reino conquistado.
VEM-15/04/04