O mito

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Desinteressado é meu deleite.

E, num cultivado e sutil enlevo,

tenho meu bizarro conto de fadas.

Desta forma constante, aceite,

este mundo é o que eu vejo:

de sonhos, mitos e almas penadas.

No meu mundo quase inabitado,

onde florescem incontáveis inspirações,

busco a entreaberta e secreta porta

dum passado longínquo, mas não olvidado.

Que fazer se nossas intenções

são a única verdade imanifesta?

A prodigalidade está no simples.

Enganando-se a pueril criança

é que forjamos a criatura mansa.

Não fabriquem símbolos sem acinte!

Dê-nos o afago próprio da esperança.

A vida é sonho que não cansa.

Nijair Araújo Pinto

Juazeiro do Norte-CE, 31 de janeiro de 2008.

10h12min