Mergulho

De olhos fechados mergulho

Nessas águas misteriosas

Nesses vastos oceanos de emoções

Que às vezes escorrem, delicadamente como filetes de um pequeno riacho, como orvalho ou gotas de chuva em discretas lágrimas

Como garoa suave que molha a flor sedenta que brotou, timidamente por entre pedrinhas no solo árido

Em outras vezes, é como água que brotou do alto, que não sabemos se veio de uma nuvem

Ou se foi uma montanha que recebeu um raio de sol

E vai se avolumando, descendo mais forte, fazendo uma cortina d'água de cachoeira

Cachoeira que Mamãe Oxum abençoa e usa pra lavar nossas dores da alma

E que, caudalosas vão lavando e levando pra longe, bem longe o que nos feriu

E, então, desaguando no Oceano de Yemanjá, que leva lá pro fundo do Mar pra transformar com todo seu amor, em aprendizado, o que antes era só dor

E como as ondas que vão e vêm, mas que são tantas e ao mesmo tempo tão únicas, também as emoções vão se transformando

De olhos fechados, mas dá pra ver ao redor, porto seguro e emergir e buscar a terra firme

Os olhos se abrem, como o sol que desponta no horizonte a cada amanhecer

E, então, passadas as lágrimas, a gente se lembra de sempre Agradecer.

Erika Namastê
Enviado por Erika Namastê em 15/03/2025
Reeditado em 16/03/2025
Código do texto: T8286406
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