Perdão
No âmago do coração reside a suavidade de uma pluma,
Virtude piedosa, destreza singular, exclusivamente tua.
Ao próximo, a redenção; dívida saldada, ressentimentos desfeitos.
Nos céus celebra-se júbilo, anjos bailam e cantam em coro perfeito.
Por gentileza, amigo, escuta com atenção: Liberta teu coração das amarras da ofensa, Honra o mestre benevolente, cujo corpo em sacrifício foi entregue à missão.
Os perversos estremecem perante a magnanimidade do perdão,
Instrumento celeste que ao povo concede libertação.
De existência em existência, os ensinamentos perduram,
As dores são atenuadas,
As provações suavizam-se gradualmente,
E a vileza do mal revela-se como infantilidade patente.
No cotidiano, iludem-nos, ornamentando conflitos em discursos enganosos.
Asseguram-nos que não há solução senão a guerra para os atritos resolver,
Expulsa-os, pois, de tuas moradas; sê firme e misericordioso,
Ao adversário, que ousa tentar-te, responde com sorriso indulgente.
Ao inimigo ofereço-lhe a outra face, pois compreendo que a vida é mera prova,
Tenho morada eterna e, a cada existência, diminuo minha desonra.
Aproxima-te do divino, perdoando teu semelhante,
Reivindica tua habitação no eterno cintilante.
As recompensas são tão grandiosas que a matéria não mais seduz,
Apego-me ao celestial, pois reconheço nele dignidade e luz.
Ao maligno misericórdia, Deus não erra e é paciente, mas em sua consciência guarde, que as provas se enrijecem.
Aos que vagam perdidos, anunciam-se boas-novas: A evolução é inexorável como a alvorada inevitável,
Não sucumbas às sombras que, em breve, serão dissipadas.
A jornada é longa, milenar; uma existência é insuficiente,
Incontáveis vidas exigem-se para purificação consistente.
A narrativa perversa será transmutada,
Tentarão distorcer a verdade e nossa sublime missão,
Contudo, a vontade divina é absoluta e jamais se curva à oposição.
Perdoar é evoluir, perdoar é diluir o mal.
Perdoa agora e sempre; sê, enfim, luz celestial.