AMBIGUIDADE
Grande parte do sofrimento do homem, é motivado pela inabilidade de experimentar a vida como ela é, em vez de pensar como deveria ser, pela ausência de acordo com a natureza e por falta de compaixão.
Na teia do viver, o homem se debate,
Entre o que é real e o que ele almeja,
Sofre, pois não vê o que o acalenta,
E na ilusão do "deveria ser" se enleia.
A vida, fluindo como um rio sereno,
Não pede licença, não segue razão,
Mas o homem, preso a um sonho pequeno,
Foge da essência, da pura intenção.
Ambiguidade, sombra que confunde,
Entre o que se é e o que se quer mostrar,
No peito, a dor que o tempo não arruma,
E o coração que insiste em sangrar.
Pela ausência de acordo com a natureza,
O homem se perde, se afasta, se engana,
Esquece que a vida é uma dança inteira,
E não apenas um passo, uma meta insana.
Falta compaixão, falta olhar além,
Ver no outro o mesmo espelho de dor,
Pois só quem entende que o mundo é um bem,
Acha na simplicidade o maior valor.
Que o homem aprenda a viver como o rio,
Sem resistir ao fluxo natural,
E encontre na ambiguidade um desafio,
Para ser mais humano, mais universal.