O homem, o caminho, o tempo e vários aléns
Há portas que não se abrem com chaves,
mas com o toque do impossível.
São portais esculpidos no tecido do tempo,
onde o real e o sonho se encontram
como rios que se abraçam na foz do infinito.
O mundo, às vezes, se dobra sobre si mesmo,
como uma página que se vira no livro do espaço,
e quem ousa atravessar as margens da razão
encontra reinos ocultos sob a pele do ordinário,
cidades suspensas entre a lógica e o mito,
galáxias que respiram histórias antes mesmo
que os olhos humanos aprendam a vê-las.
Os escolhidos não são aqueles que buscam,
mas os que se deixam encontrar.
São guiados por forças que sussurram nos ventos,
por relíquias que trazem memórias de outras eras,
por símbolos gravados na luz e na sombra,
onde a física se dissolve em mistério
e o destino dança com a improbabilidade.
Há magia no sangue dos corajosos,
mas não é feitiço, é entendimento.
O universo não é uma engrenagem cega,
mas uma melodia tocada por mãos invisíveis,
onde cada nota se curva ao pensamento
e cada pensamento molda o mundo.
E quando a guerra chama, quando o caos devora,
quando o amor se torna lâmina e escudo,
há aqueles que ascendem ao seu próprio nome,
abraçando o que sempre foram,
compreendendo que a matéria e a alma
são apenas dois lados do mesmo milagre.
Eles entendem o que os outros esquecem:
que tempo não é linha, mas círculo,
que morte não é fim, mas passagem,
que o que chamamos de impossível
é apenas o real esperando ser visto.