ESPELHO
Espelho... Onde estás tua poesia?
Tua verdade real... Puramente pura...
O Ser que é.
E só.
Espelho... Repetes o futuro nada.
O verso que se desbotará no papel... E sumirá...
Até o vapor é mais honrado.
Pois pode encontrar a relva na manhã... E tornar-se orvalho translúcido...
Espelho... Tu me vês e sorri... Pensando no teu íntimo: ele não sabe nada, e acha que é...
Espelho... A matéria é só devaneio, por isso tens essa constante ironia em ti...
Ensina-me a esquecer-te,
para comungar com o nada visceral, o avesso da paisagem de tudo.
Refletir a presença invisível...
E assim viver de fato.