Incubação
Na relva que molhou, brotou de demora, a semente incompreendida.
Cresceu em rochas, pedras e sorrisos difíceis.
O sol via sombras e esquivou de seu quintal.
Seu canteiro era raso e um séquido profundo.
Homens são flores plantadas.
A seiva não foi farta na jornada.
Amou de alma como um anjo, bebeu do fel como um demônio.
Na manhã de um ébrio, a estrada curvou.
De seus jardins e belezas, as borboletas fugiam.
O vento não poupou a leveza da flor e gerou de si, uma campina de cinza.
Sóis e luas são irmãos.
Da estrada, vê se um portal.
O menino veste um manto, o ancião está partindo.
Os campos estão florindo, em meio ao sol velho, há uma outra casa logo ali.
Na relva que molhou...
João Francisco da Cruz
31/12/2024