AS DORES DA ALMA

Há na existência uma sutil diferença,

Entre a dor da carne e a dor da essência.

A da carne, por mais que perdure,

Tem seu fim no túmulo, onde tudo obscure.

Mas a da alma é profunda e latente,

Acompanha os séculos, segue presente.

Quando a carne descansa, fria e silente,

A dor da alma renasce, pungente.

Na carne há febres, rupturas, feridas,

Gases, espasmos, doenças contidas.

Remédios aplacam, técnicas acalmam,

E até drogas potentes, por vezes, salvam.

Mas e a dor da alma, como curar?

Onde está o bálsamo para a aliviar?

Nem pomadas, nem cirurgias,

Só o tempo eterno e novas vidas.

O medo, a angústia, a desesperança,

São chagas sutis que a alma alcança.

Apenas o ciclo, a reencarnação,

Traz o alívio e a renovação.

Por isso, viver bem é o segredo,

Plantando bondade e vencendo o medo.

Pois quem bem vive, ao partir entenderá:

Que para morrer bem, é preciso amar.

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 13/12/2024
Código do texto: T8218239
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