DE QUEM É A CULPA?
De todos nós, se ponderamos,
Justificação buscamos,
Jogando no diabo a culpa,
O peso e o desengano.
Mas no fundo, se penso, me calo,
O tal cabeludo tem pouco embalo.
Ele tenta no âmago, e insiste, ardiloso,
Até nos banquetes mais caprichosos.
Contudo, a manhã brilha mais forte,
Se à tentação negamos o suporte.
Cabe a nós a força, o não ceder,
Pois a ação, no final, é o verdadeiro poder.
Nosso destino é feito, no bem ou no algoz.
Que o diabo em nós não reine,
E que nossa vontade jamais decline.
Porque, ao cabo, a verdade é uma só,
O maior culpado? Somos nós.
Com mãos, desejos e mente,
Escolhemos o bem ou o mal, consciente.
E, ao fim, não há desculpa,
Pois em cada escolha está a culpa.
Que a luz nos guie, mesmo em trevas e desvarios,
Pois o diabo, afinal, somos nós que o criamos nos próprios desvios.