O outono

As folhas desgarradas caem

Sujando as esquinas com seus segredos

Pessoas entram e saem

Com suas almas e medos

Nas ruas bêbados cambaleiam

Afogando suas mágoas em copos baratos

Onde o céu cinzento os rodeia

Um espelho de espíritos atormentados

As folhas dançam em redemoinhos

Como lembranças que não conseguimos esquecer

Um frio, sem onde se aquecer

Da melancolia de nossos demônios

Um poeta dos becos e das madrugadas

Observando da janela a vida

Seca como uma triste ressaca

Afogando as letras com várias garrafas

Vamos reclamar sobre a vida

Entre um gole e outro

Pegue sua taça...